Canção

Edvaldo Santana

Compositor: Augusto de Campos / Edvaldo Santana

Quero que saiba o valor
Da canção, se de boa cor
Que elaborei com meu calor
Neste mister eu levo a flor
Ninguém me bate
Irei prova-lo assim que for
Dado o remate
Conheço bem senso e loucura
Honra e desventura
Já senti pavor e bravura
Mas se propõem jogo de amor
Não fico atrás
Escolho sempre o que é melhor
Do que me apraz
Conheço bem quem me quer bem
E sei quem me quer mal também
Quem ri de mim, quem me convém
E se de mim se achega alguém
Sei muito mais
Como saber prezar a quem
Prazer lhe faz
Bem haja aquele de onde vim
Pois que soube fazer de mim
Alguém tão bom para esse fim
Que eu sei jogar sobre o coxim
De qualquer lado
Não há ninguém que o faça assim
Por mais dotado

Bendigo a Deus e a São Julião
Por tão bem cumprir a missão
E jogar com tão boa mão
Se alguém precisa de lição
Que venha logo
As que vierem voltarão
Sabendo o jogo
Chamam-me “o mestre sem defeito”
Toda mulher com quem me deito
Quer amanhã rever meu leito
Neste mister sou tão perfeito
Tenho tal arte
Que tenho pão e pouso feito
Por toda parte
E não me digam que isto é prosa
Ainda outro dia tive a prova
Jogando uma partida nova
Saí-me bem no meu primeiro
Lance de dados
Não vi os de nenhum parceiro
Tão bem jogados
Mas ela disse com desprezo
“ Os vossos dados não têm peso
Vos desafio a uma outra vez
E eu: “ Montpelier não vale o preço
Destes pedaços”
E ergui-lhe o avental xadrez
Com os dois braços
Depois de erguer o tabuleiro
Joguei os dados
Dois foram cair colados
E o terceiro
Feriu no meio tabuleiro
E estão lançados

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